Por Lucas Sant’Ana (@lucas35zzz) e Alberto Favato

Neste domingo (19), o Atlético foi derrotado pelo arquirrival Cruzeiro no Independência na final do Campeonato Mineiro Feminino de 2023. O jogo, que começou às 15h50 e teve público de 5,5 mil pessoas, terminou 1 a 0 para as Cabulosas.
Nesse cenário, as Vingadoras, que têm nove títulos da competição, buscavam o tetracampeonato consecutivo. Nos últimos três títulos, a equipe alvinegra enfrentou o Cruzeiro e saiu vitoriosa em todas as ocasiões (2020, 2021 e 2022).
Após o resultado adverso, que colocou fim à sequência de títulos, a Revista Marta conversou com jogadoras e a técnica Vantressa Ferreira sobre desempenho, resultados e polêmicas de arbitragem.
Declaração das jogadoras
Veja as declarações de algumas jogadoras do Atlético para a Revista Marta após o término da partida.
Declaração da técnica
Estava marcada uma coletiva de imprensa com a treinadora Vantressa Ferreira após a partida. Porém, a conversa foi cancelada. A assessoria de comunicação do Atlético justificou: “Sem clima”.
A reportagem, porém, conseguiu entrevistar a comandante atleticana na saída do vestiário, após reunião da comissão técnica com as jogadoras.
“Futebol é feito de detalhes. Infelizmente, a maioria das pessoas vai avaliar pelo resultado. Mas, nem sempre o futebol deve e pode ser avaliado pelo resultado. A gente teve um pênalti claro no início do jogo que não foi dado. É diferente um pênalti ser dado quando tá no 0 a 0. Então, acho que são os detalhes. Infelizmente, o futebol é isso. Um dia a gente ganha e outro dia a gente perde.”
VANtressa ferreira
Vantressa destacou a solidez da equipe atleticana e exaltou a quantidade de chances criadas, principalmente no primeiro tempo. A comandante se mostrou satisfeita com a entrega das atletas, criticou bastante a arbitragem pelo pênalti não marcado em Lu Gómez e afirmou que os supostos erros do árbitro Richard Michel Lara Arruda em outros lances prejudicaram as Vingadoras.
“O grupo sai de cabeça erguida. A frase lá dentro é todo mundo orgulhoso do trabalho. Com certeza a gente queria o título. Acho que o clube merecia pelo trabalho, o quanto se entregou, todas as dificuldades durante o ano. Mas, agora é descansar. Acho que replanejar alguns pontos, ver o que o clube tem de planejamento em relação à sequência.
Além disso, a técnica disse que ainda não houve nenhuma conversa sobre mudanças no planejamento do futebol feminino após o clube ter se tornado Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
“Não, ainda não. Ainda está nos processos de SAF e aí com certeza o clube vai chamar os envolvidos e fazer o melhor planejamento”.
A assessoria de comunicação do clube alvinegro reforçou que ainda não houve conversas em relação ao planejamento do time feminino após o clube ter se tornado SAF.
Bronca com a arbitragem
A arbitragem foi um dos pontos baixos da final. O Atlético criticou bastante Richard Michel Lara Arruda, principalmente por pênalti claro em Lu Gómez nos minutos iniciais da partida. A jogadora levou um carrinho na grande área, mas o árbitro interpretou como jogada normal.
Na etapa final, mais confusão. O árbitro assinalou um pênalti pró-Cruzeiro em lance claramente fora da área e foi corrijido pelas auxiliares. Depois, mostrou dois cartões amarelos a Day Rodrígues, do Galo, mas não a expulsou.
Ainda teve tempo para outras duas polêmicas: não deu um pênalti para o Cruzeiro, em lance interpretativo que gerou reclamações celestes, e marcou uma penalidade duvidosa para o Atlético nos acréscimos – defendida por Taty Amaro.
Durante a partida, algumas páginas e torcedores criticaram bastante a arbitragem em redes sociais por supostas infrações não marcadas para o Atlético. Ao final do primeiro tempo, a torcida atleticana que estava no estádio também se manifestou contra as decisões do juiz.
Veja a repercussão na internet:
Sobre o jogo
O Atlético sofreu bastante defensivamente e a goleira Raissa, destaque da equipe na partida, foi bastante acionada durante o jogo e contribuiu com importantes defesas. Porém, em uma bola enfiada nas costas da zaga atleticana, a atacante Byanca Brasil, artilheira do campeonato com 12 gols, saiu de frente para a meta e fez o gol do título do time celeste.
Já na reta final da partida, o árbitro marcou um pênalti a favor do galo. A atacante Soraya bateu e Taty Amaro, goleira do Cruzeiro, fez grande defesa.