Em casa, time roraimense faz 1 a 0 no tempo regulamentar e leva a decisão para as penalidades, mas vê paraenses avançarem
Por Ranior Almeida (ranioralmeida)
O Paysandu fez história e conseguiu subir para a Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino. Nesse domingo (26), a equipe paraense perdeu para o Rio Negro por 1 a 0 no tempo regulamentar no Estádio Canarinho, em Boa Vista, no jogo de volta das quartas de final da Série A3. Nos pênaltis, contudo, as visitantes ganharam por 2 a 1 e impediram o inédito acesso da equipe roraimense.
Em campo, as mulheres do Negão da Aparecida suaram muito para desfazer a vantagem que o Paysandu conquistou no jogo de ida. No último dia 18, o Papão venceu por 3 a 2 na Curuzu, em Belém, e largou em vantagem no confronto. Apoiado pela torcida, o Rio Negro igualou o placar agregado com um gol da lateral-direita Dara, de falta.
Com o acesso garantido, o Paysandu agora mira o título nacional. A equipe enfrentará o Vitória na próxima fase da Série A3. A outra semifinal tem garantido apenas o Ação, do Mato Grosso do Sul. A outra equipe será Brasil de Farroupilha, Coritiba ou Vasco. Ao Rio Negro, restam duas competições na temporada: o Campeoanto Roraimense, do qual o time é o atual campeão, e a Copa Boa Vista.
Festa de um lado, lamentação de outro
“Sabíamos que enfrentaríamos equipes fortes, como o Esmac, do Pará, o Tiradentes, do Piauí, e agora o Atlético (Rio Negro) aqui. Se não estivermos preparadas fisicamente, psicologicamente e espiritualmente, ficaremos pelo caminho. Conseguir o tão sonhado acesso foi por meio de muito trabalho, que viemos fazendo há muito tempo, sempre esperando este momento. Todas as equipes que enfrentamos estão de parabéns, foram grandes equipes. E parabéns para nós”, comemorou a técnica do Paysandu, Aline Costa, em entrevista à Revista Marta. A treinadora foi interrompida pelas jogadoras, que lhe deram o tradicional banho de água e gelo, costumeiro nas comemorações.
Pelo lado do Rio Negro, a treinadora Isabel Alves preferiu não dar entrevista. Autora do gol do jogo, Dara se disse contente pelo gol, mas lamentou a eliminação a um passo do acesso.
“O meu time não fez um bom primeiro jogo lá em Belém. Voltamos de cabeça erguida e mostramos a nossa força, mostramos a nossa união. Deus me abençoou com aquela falta, e a chama novamente acendeu. Infelizmente, na hora do pênalti, não fiz uma boa cobrança, mas estou feliz e de cabeça erguida. Como falo para as meninas, independentemente de blusa, quando for falar de futebol feminino dentro do nosso estado, que a gente possa vestir e falar da melhor forma possível”, pontuou.
O jogo
Em campo, o Paysandu entrou com o “regulamento debaixo do braço” e criou poucas ações ofensivas durante os 105 minutos de disputa. Já o Rio Negro buscou o ataque desde o primeiro minuto de disputa. Porém, o gol demorou a sair. Até que, nos acréscimos da etapa inicial, Dara cobrou falta rasteira. A bola tocou na trave e entrou.
No segundo tempo, o jogo ficou bastante disputado no meio-campo, com várias substituições dos dois lados. O Rio Negro criou mais oportunidades e teve a chance de marcar o gol da classificação no último lance da partida, mas a goleira Karine defendeu a cobrança de falta de Dara. A partida, então, foi para os pênaltis.
Das cinco cobranças do lado alvinegro, apenas Vaneza, que abriu a disputa, converteu, com chute certeiro no ângulo. Dara acertou a trave, Zinaira mandou por cima, enquanto Isla e Gláucia pararam em defesas de Karine.
Do lado do Paysandu, Leila e Andrea marcaram. A goleira Babi pegou as cobranças de Francy e Perrote, mas não foi suficiente para impedir a classificação e o acesso paraense.
Revista Marta 