Brasil chega com chance de medalha no revezamento misto do triatlo

Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Por Filipe Ribeiro (rn.filipe) e Gabriela Sousa (sousagabizx)

Combinando natação, ciclismo e corrida, o triatlo aparece como uma das modalidades mais empolgantes dos Jogos Olímpicos em função do caráter dinâmico da modalidade. Sob influência de fatores externos, climáticos e de resistência, os atletas percorrem um percurso de mais de 50 km entre as três modalidades de maneira intensa e com grande exigência física. Em Paris 2024, com a execução das provas de natação no icônico Rio Sena, a expectativa é de muita emoção e competitividade durante todo o trajeto. 

Resumo da modalidade 

Criado em um clube de férias de San Diego (Califórnia) em 1974, o triatlo só se tornou um esporte olímpico oficialmente nos anos 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney. Na ocasião, o Canadá conquistou ouro na categoria masculina, enquanto a Suíça ficou com o primeiro lugar no feminino. Ainda em solo australiano, o Brasil alcançou aquela que até hoje é a sua melhor colocação da modalidade nos Jogos: o 11º lugar conquistado pela carioca Sandra Soldan. É importante ressaltar que, até os jogos do Rio em 2016, a modalidade era dividida apenas entre as categorias feminina e masculina. O revezamento misto foi adicionado somente na edição de 2021, em Tóquio.

A prova de Triathlon consiste em uma disputa de corrida única, sendo 1.500 metros de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida. O primeiro atleta a alcançar a linha de chegada é o vencedor. Os equipamentos necessários são um conjunto de trajes e acessórios de cada esporte, a depender das necessidades de cada etapa. Alguns exemplos são: touca, óculos de natação, tênis específicos para prática de ciclismo e corrida, capacete, dentre outros. 

De acordo com um levantamento da plataforma digital Ticket Sports, a prática do Triathlon no Brasil aumentou em 62,4% nos últimos três anos. Os atletas, que se concentram em maior parte na região Sudeste do país, costumam utilizar as redes sociais para trocar informações sobre as provas e melhores formas de preparação física. Entre os eventos mais citados pelos praticantes, estão o IronMan, que surgiu em San Diego (EUA), seguido pelo XTerra, que de acordo com os organizadores conta com “13 categorias de eventos off-road espalhadas por 47 países”, e por fim o Troféu Brasil, realizado em Santos. 

Atualmente, a Seleção Brasileira de Triathlon é composta por onze atletas e separada em três categorias. Reinaldo Colucci, Diogo Sclebin Costa Martins, Luísa de Baptista Bastos Duarte, Bia Neres e Danilo Pimentel fazem parte da Elite. Miguel Lopes Hidalgo, Gabrielle Estefany Lemes e Giovanna Maria Santos Costa Lacerda compõem a categoria Junior. E por fim, Kauê Willy Cardoso, Vittória Lopes de Mello e Manoel Messias são do Sub23. 

Últimos campeões olímpicos

No individual feminino, o ouro ficou com Flora Duffy (Bermudas), a medalha de prata foi de Georgia Taylor-Brown (Grã-Bretanha) e o bronze ficou com Katie Zaferres (Estados Unidos). 

Já no individual masculino, Kristian Blummenfelt (Noruega) conquistou o ouro, Alex Yee (Grã-Bretanha) ficou com a medalha de prata e Hayden Wilde (Nova Zelândia) ganhou a medalha de bronze. 

Na categoria revezamento misto, a Grã-Bretanha ficou com o ouro, Estados Unidos com a prata e França com o bronze.

Brasil tem classificados? 

Djenyfer Arnold, Manuel Messias, Miguel Hidalgo e Vittoria Lopes estão classificados para a disputa dos Jogos.

A catarinense Djenyfer se classificou depois de alcançar o 14º lugar no Mundial realizado em maio deste ano. Já Manuel Messias conseguiu a classificação devido à sua boa colocação no ranking mundial. A quantidade de pontos para o ranking é calculada a partir das classificações nas provas individuais. 

Vittoria Lopes e Miguel Hidalgo, estreante nos Jogos Olímpicos, conseguiram suas vagas devido às suas colocações no ranking de competições (27º e 7º, respectivamente). 

Brasil tem candidatos à medalha? 

O Brasil é candidato à medalha no revezamento misto, devido à conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan Americanos de 2023. Com a vitória no último ano, a equipe brasileira de triatlo se consagrou bi-campeã da modalidade no Pan.

Nas categorias femininas e masculinas, os atletas brasileiros não aparecem com grandes chances de medalhas individuais. 

Destaques da modalidade

O francês Leo Bergere foi campeão mundial em 2022 e atualmente é o líder do ranking mundial. É um dos favoritos à medalha em sua terra natal. Apesar disso, as disputas na modalidade masculina estarão bem acirradas, e com isso o neozelandês Hayden Wilde e o britânico Alex Yee poderão surpreender e estragar a comemoração dos franceses. O brasileiro Miguel Hidalgo, nono colocado no ranking mundial e melhor atleta das Américas, desponta como uma das possíveis surpresas para a prova. 

Na categoria feminina, Flora Duffy (Bermudas) chega na expectativa de conquistar o bicampeonato olímpico. Apesar disso, a francesa Cassandre Breaugand quer fazer a festa na frente de sua torcida e estará forte na disputa. A atleta é líder do ranking mundial. 

No revezamento misto, tanto a Alemanha (atual campeã olímpica na categoria) quanto a Grã-Bretanha chegam como fortes candidatas ao ouro. No entanto, caso tenha sucesso em explorar os pontos fortes de cada um de seus atletas, a expectativa é de que a equipe do Brasil consiga despontar nas disputas e conquistar a primeira colocação na prova. 

Curiosidades

  • A sede da categoria em Paris será a Ponte Alexandre III, considerada uma das mais extravagantes da cidade. 
  • Os atletas podem receber cartões amarelos ou vermelhos durante as provas, caso cometam penalidades como obstrução de caminho ou façam alterações no percurso. 
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Autor: coberturaparis2024

Turma de 31 estudantes de Comunicação da UFMG que integram a parceria entre a Revista Marta e a Rádio UFMG para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

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