Brasil é uma das grandes apostas da ginástica artística: Rebeca Andrade deve brilhar mais uma vez

Por Júlia Nacif Rey

A ginástica artística é um dos esportes mais tradicionais e esperados em épocas olímpicas. Em Paris, a modalidade será disputada na Bercy Arena, entre os dias 27 de julho e 5 de agosto. Nos dez dias de competição, 192 atletas entre homens e mulheres competirão em busca de alcançar catorze pódios, seis em modalidades femininas e oito em masculinas. Simone Biles, Rebeca Andrade e Daiki Hashimoto estão entre os grandes nomes que disputarão os jogos. A Revista Marta traz algumas informações para que você fique preparado para a temporada de competições! 

Simone Biles, estrela da ginástica estadunidense (Reprodução: USA Gymnastics)

Resumo da modalidade 

A origem da ginástica remonta à Grécia e possui forte conexão com o culto ao corpo e com o entendimento de uma conexão entre o intelecto e a prática física. O esporte recupera sua força, cresce durante o século XIX e atinge o auge com a criação da Federação Internacional de Ginástica, em 1881, que configura-se como a mais antiga federação esportiva internacional do mundo. Com o ressurgimento dos Jogos Olímpicos em 1896, em Atenas, o esporte marca sua estreia na competição e coloca-se como uma das modalidades mais tradicionais do evento.

A ginástica artística conta com dez modalidades, sendo seis categorias masculinas e quatro femininas. Solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre o cavalo, barras paralelas e barra fixa são as modalidades masculinas. Já as femininas contam com solo, salto sobre o cavalo, barras assimétricas e trave.

Os Estados Unidos são o país mais tradicional das modalidades de ginástica artística, colecionando medalhas e pódios ao longo dos anos de competição. Além dele, nomes como Rússia e China também possuem forte presença nas categorias. No Brasil, a cultura desse esporte está se popularizando em função do crescente sucesso da equipe nacional.

Últimos campeões olímpicos (Tóquio 2020)

  • Feminino
    • Individual Geral: Sunisa Lee (Estados Unidos)
    • Equipe: Viktoria Listunova, Vladislava Urazova, Angelina Melnikova, Lilia Akhaimova (Comitê Olímpico Russo)
    • Salto: Rebeca Andrade (Brasil)
    • Barras Assimétricas: Nina Derwael (Bélgica)
    • Trave: Guan Chenchen (China)
    • Solo: Jade Carey (Estados Unidos)
  • Masculino
    • Individual Geral: Daiki Hashimoto (Japão)
    • Equipe: Denis Ablyazin, David Belyavskiy, Artur Dalaloyan, Nikita Nagornyy (Comitê Olímpico Russo)
    • Solo: Artem Dolgopyat (Israel)
    • Cavalo com alças: Max Whitlock (Grã-Bretanha)
    • Argola: Liu Yang (China)
    • Salto: Shin Jea-hwan (Coreia do Sul)
    • Barras Paralelas: Zou Jingyuan (China)
    • Barra Fixa: Daiki Hashimoto (Japão)

Resultados do último ano

No Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2023, que ocorreu na Antuérpia, as medalhas de equipe na competição masculina foram para Japão (ouro), China (prata) e Estados Unidos (bronze). Já no individual geral, o japonês Daiki Hashimoto garantiu a primeira colocação.

Nas categorias femininas, os Estados Unidos conquistaram ouro na avaliação por equipes, seguidos do Brasil (prata) e França (bronze). Já no individual geral, os EUA garantiram uma dobradinha com Simone Biles (ouro) e Shilese Jones (bronze). A brasileira Rebeca Andrade ocupou o segundo lugar no pódio. Em especial na modalidade feminina, vê-se uma rivalidade acentuada entre as ginastas estadunidenses e brasileiras, que competem pelo favoritismo.

Brasil tem classificados?

O Brasil se classificou para as Olimpíadas de Paris em categorias masculinas e femininas. A equipe feminina se classificou ao avançar para a final no Mundial da Antuérpia, em 2023, de forma que marcará presença nos Jogos Olímpicos com um time de cinco ginastas: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane dos Santos.

Nas categorias masculinas estarão presentes Arthur Nory e Diogo Soares, que também conquistou a vaga nas Olimpíadas no Mundial da Antuérpia. Devido à classificação geral do time brasileiro nessa competição, oportunidade na qual figurou em 13° lugar, o país não garantiu um time completo para Paris.

Brasil tem candidatos à medalha?

O time brasileiro feminino de ginástica artística figura atualmente como um dos melhores do mundo, de forma que as expectativas da conquista de medalhas em Paris é alta. Rebeca Andrade, maior estrela brasileira no esporte, é a grande aposta para um pódio com presença brasileira. A ginasta conquistou a medalha de ouro no salto e prata no individual geral nas Olimpíadas de Tóquio 2021 e as de ouro (salto), prata (individual geral, solo e por equipes) e bronze (trave) no Mundial de 2023. Nas Olimpíadas de Paris, ela tem possibilidade de ganhar até seis medalhas. 

Para além de Rebeca, Jade Barbosa e Flávia Saraiva são dois nomes brasileiros que vêm se destacando em competições internacionais, em especial na categoria solo, e, por isso, também representam chances de medalhas para o Brasil.

Com Arthur Nory, embora o ginasta não figure entre os favoritos, o país possui chances de medalhas na barra fixa, categoria na qual o atleta já foi campeão mundial, e no solo, modalidade na qual conquistou o terceiro lugar nas Olimpíadas do Rio, em 2016.

Equipe feminina brasileira de Ginástica Artística (Reprodução: Confederação Brasileira de Ginástica)

Destaques da modalidade 

Ao falar de ginástica artística, é impossível não mencionar Simone Biles, maior nome da ginástica mundial. A atleta retorna às Olimpíadas após dois anos de afastamento, momento em que decidiu focar em sua saúde mental. Agora, de volta, a ginasta é a favorita para as medalhas de ouro da competição. Além de Biles, também pelos Estados Unidos, Sunisa Lee, ganhadora da medalha de ouro no individual geral nas Olimpíadas de Tóquio 2020, é uma das mais cotadas para figurar no pódio olímpico.

Dentre os homens, Daiki Hashimoto, do Japão,  é um nome de peso, em especial na categoria de barras fixas, assim como Max Whitlock, da Grã-Bretanha, ginasta que já conquistou uma série de medalhas olímpicas e já subiu em pódios de três Olimpíadas.

Curiosidades

  • A modalidade está presente nos Jogos Olímpicos desde seu ressurgimento na Era Moderna
  • Na ginástica artística, os atletas podem requisitar que saltos e movimentos sejam nomeados em sua homenagem
  • O Brasil é um nome forte no contexto da ginástica, colecionando atletas como Daiane dos Santos, Rebeca Andrade e Diego Hypólito.

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Autor: coberturaparis2024

Turma de 31 estudantes de Comunicação da UFMG que integram a parceria entre a Revista Marta e a Rádio UFMG para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

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