
Ingrid Oliveira. Saltos ornamentais nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019. FOTO: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br
Por Filipe Ribeiro (rn.filipe) e Gabriela Sousa (sousagabizx)
A lesão de Isaac Souza às vésperas de Paris 2024 coloca somente Ingrid Oliveira nos holofotes brasileiros da modalidade para esses Jogos Olímpicos que prometem novamente entregar um pódio Chinês. Confira mais sobre os saltos ornamentais, sua história e desafios, por meio deste guia completo realizado pela Revista Marta especialmente para te deixar em dia com as Olímpiadas.
Resumo da modalidade
Os saltos ornamentais têm suas origens nas acrobacias praticadas por ginastas na Europa durante o século XVIII, evoluindo para uma prática esportiva formalizada no final do século XIX. A disciplina começou a ganhar destaque com a inclusão em eventos de exibição e competições na Alemanha e Suécia. Em 1904, os saltos ornamentais foram introduzidos nos Jogos Olímpicos de St. Louis como “Mergulho à Distância” sendo atualizado logo na próxima edição e, desde então, o esporte tem sido uma constante nos Jogos Olímpicos, expandindo suas modalidades e participantes ao longo dos anos.
No Brasil, os saltos ornamentais começaram a ganhar popularidade nas décadas de 1910 e 1920, com competições nacionais sendo organizadas e a formação de clubes dedicados ao esporte. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) tem promovido e regulamentado o esporte no país, incentivando a participação de atletas brasileiros em competições internacionais. Atualmente, o Brasil é representado por diversos atletas em competições de alto nível, com nomes como César Castro e Ingrid Oliveira se destacando em campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos.
Os saltos ornamentais são tradicionalmente dominados por países como China, Estados Unidos, Rússia e México, que têm um histórico de sucesso e desenvolvimento de atletas de elite. A China, em particular, tem se destacado nas últimas décadas, conquistando um grande número de medalhas olímpicas e mundiais. Entre os maiores nomes do esporte estão a chinesa Wu Minxia, que conquistou cinco ouros olímpicos, e o americano Greg Louganis, conhecido por sua impressionante técnica e desempenho, acumulando quatro ouros olímpicos ao longo de sua carreira. Esses atletas não só elevaram o nível do esporte, mas também inspiraram novas gerações de saltadores ao redor do mundo.
Últimos campeões olímpicos
Trampolim de 3 metros masculino: Xie Siyi, da China.
Plataforma de 10 metros masculino: Cao Yuan, da China.
Trampolim de 3 metros feminino: Shi Tingmao, da China.
Plataforma de 10 metros feminino: Quan Hongchan, da China.
Trampolim sincronizado de 3 metros masculino: Wang Zongyuan e Xie Siyi, da China.
Plataforma sincronizada de 10 metros masculino: Cao Yuan e Chen Aisen, da China.
Trampolim sincronizado de 3 metros feminino: Shi Tingmao e Wang Han, da China.
Plataforma sincronizada de 10 metros feminino: Chen Yuxi e Zhang Jiaqi, da China
Resultados do último ano MUNDIAL DE ESPORTES AQUÁTICOS:
MASCULINO:
Trampolim 1 m individual: Pen Jianfeng (China – ouro) – Osmar Olvera (México – prata) – Zheng Jiuyuan (China – bronze)
Trampolim 3m individual: Wang Zongyuan (China-ouro) – Osmar Olvera (México – prata) – Long Daoyi (China – bronze)
Plataforma 10m individual: (Cassiel Rousseau (Austrália – ouro) – Luan Junkie (China – prata) – Yang Hao (China – bronze)
Trampolim 3m sincronizado: Long Daoyi / Wang Zongyuan (China – ouro) – Anthony Harding/ Jack Laugher (Reino Unido – prata) – Jules Bouyer/ Alexis Jandard (França – bronze)
Plataforma 10m sincronizado: Lian Junjie/Yang Hao (China-ouro) – Kirill Boliukh/ Oleksiy Sereda (Ucrânia – prata) – Kevin Berlin / Randal Willars (México – bronze)
FEMININO:
Trampolim 1 m individual: Lin Shan (China – ouro) – Li Yajie (China- prata) – Aranza Vazquez (México – bronze)
Trampolim 3m individual: Chen Yiwen (China – ouro) – Chang Yani (China – prata) – Pamela Ware (Canadá- bronze)
Plataforma 10m individual: Chen Yuxi (China – ouro) – Chang Yani (China – prata) – Caeli McKay (Canadá- Bronze)
Trampolim 3m sincronizado: Chang Yani/Chen Yiwen (China – ouro) – Yasmin Harper (Reino Unido – prata) – Elena Bertocchi/ Chiara Pellacani (Itália-bronze)
Plataforma 10m sincronizado: Chen Yuxi/Quan Hongchan (China – ouro) – Andrea Spendolini-Sirieix/Lois Toulson (Reino Unido – prata) – Jessica Parratto/ Delaney Schenell (EUA – bronze)
MISTO
Trampolim 3 m: Zhu Zifeng/ Lin Shan (China – ouro) – Domonic Bedggood/ Maddison Keenery (Austrália / prata) – Matteo Santoro/ Chiara Pellacani (Itália – bronze)
Plataforma 10m: Wang Feilong/Zhang Jiaqi (China – ouro) / Diego Balleza/ Viviana del Angel (México – prata) – Hiroki Ito / Minami Itahashi (Japão – bronze)
Equipe: Bai Yuming / Zheng Jiuyuan / Si Yajie / Zhang Minjie (China – ouro) – Gabriela Agúndez / Jahir Ocampo / Randal Willars / Aranza Vázquez (México – prata) – Christina Wassen / Moritz Wesemann / Lena Hentschel / Timo Barthel (Alemanha – bronze)
Classificados brasileiros
Inicialmente, o Brasil teria dois classificados para os saltos ornamentais nas Olimpíadas de 2024: Isaac Souza e Ingrid Oliveira. Ambos conquistaram suas vagas ao chegar às finais do Mundial de Esportes Aquáticos em Fukuoka, Japão, em julho de 2023, garantindo um lugar entre os 12 melhores na plataforma de 10m. Essa conquista inicial refletiu o desempenho consistente dos atletas ao longo do ciclo olímpico, assegurando sua participação em Paris.
No entanto, Isaac Souza não poderá competir nos Jogos Olímpicos devido a uma ruptura do tendão do tríceps, lesão sofrida em 22 de julho de 2024. Com isso, Ingrid Oliveira se mantém como a única representante brasileira na modalidade de saltos ornamentais. Ingrid está treinando intensivamente para alcançar um bom desempenho em Paris, onde ela competirá a partir de 5 de agosto.

Isaac Souza em sua performance dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Foto: Breno Barros/rededoesporte.gov.br
Nos últimos resultados da categoria, Ingrid Oliveira teve um desempenho notável em competições internacionais, como o Troféu Brasil de Saltos Ornamentais. Historicamente, a seleção brasileira de saltos ornamentais, embora forte, não tem tido muitos candidatos à medalha nos últimos ciclos olímpicos, mas Ingrid tem potencial para surpreender e se destacar nas finais.
Destaques da modalidade
Os principais destaques globais nos saltos ornamentais incluem as duplas chinesas Quan Hongchan e Chen Yuxi, frequentemente consideradas favoritas em competições internacionais, além de outras duplas da China que têm se mostrado fortes. Os Estados Unidos também se destacam com Delaney Schnell e Jessica Parrato, que conquistaram a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A Grã-Bretanha apresenta atletas promissores como Scarlett Mew Jander e Yasmin Harper, que garantiram a medalha de prata no último campeonato mundial, enquanto a Itália e a Alemanha também possuem duplas competitivas na modalidade.
Curiosidades
- A piscina destinada aos saltos ornamentais deve ter pelo menos 5 metros de profundidade e a água deve estar em constante movimentação para que os atletas possam visualizar a superfície com clareza.
- Adolpho Wellisch foi o primeiro brasileiro a participar de uma competição olímpica de saltos ornamentais, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920.
- Entre os saltos, os atletas costumam tomar banhos para manter a temperatura de seus corpos.
- As primeiras provas de saltos ornamentais no Brasil foram promovidas pela Confederação de Remo.