Hipismo conta com favoritismo de potências europeias; Brasil busca espaço na competição 

Por Júlia Nacif Rey

As competições de hipismo tomarão lugar nos Jogos de Paris no emblemático Palácio de Versalhes. Em três modalidades (salto, adestramento e concurso completo de equitação), atletas femininos e masculinos de diferentes idades competirão individualmente e em equipe em busca de conquistar um lugar no pódio. No caso desse esporte, outra variável se mostra muito importante: a conexão entre cavalo e esportista que pode definir o sucesso da performance. 

Rodrigo Pessoa e Tinkabell competindo, em 2013 (Reprodução: Google)

Resumo da modalidade

A história da relação entre homens e cavalos remonta à Antiguidade, momento em que esses animais possuíam importante papel no contexto das guerras e do transporte. A partir de então, atividades esportivas que envolviam a montagem em cavalos ganharam relevância. Inicialmente, provas equestres apareceram em Jogos Olímpicos antigos em modalidade de corridas de bigas, que muitas vezes levavam à morte do animal.

Na Renascença, no entanto, ocorre o ressurgimento da equitação e o começo da formação do hipismo enquanto esporte organizado. Sua história nas Olimpíadas modernas remonta ao ano de 1900, ano em que o evento ocorreu em Paris. Desde então, o esporte marca presença na competição, tendo em 1952, pela primeira vez, a participação de mulheres na disputa e a transformação da modalidade de masculina para mista. 

Devido a suas origens, é nos países europeus onde se encontra maior tradição no hipismo: Grã-Bretanha, Holanda, Alemanha, Suécia e França configuram-se como potências no esporte.

Últimos campeões olímpicos (Tóquio 2020)

  • Adestramento Individual: Jessica von Bredow-Werndl (Alemanha) e Dalera
  • Adestramento Coletivo: Dorothee Schneider e Showtime, Jessica von  Bredow-Werndl e Dalera, Isabell Werth e Bella Rose 2 (Alemanha)
  • CCE Individual: Julia Krajewski e Amande de B’Neville (Alemanha)
  • CCE por Equipes: Laura Collet e London 52, Tom McEwen e Toledo Kerser, Oliver Townend e Ballaghmore Class (Grã-Bretanha)
  • Saltos Individual: Ben Maher e Explosion W (Grã-Bretanha)
  • Saltos por Equipes: Malin Baryard-Johnsson e Indiana, Peder Fredricson e All In, Henrik von Eckermann e King Edward (Suécia)

Resultados do último ano 

Em 2023, no Campeonato Mundial de Hipismo tivemos Henrik von Eckermann e King Edward (Suécia) como vencedores na categoria salto individual e Patrik Kittel (Suécia), ao lado de seu cavalo Touchdown ganhou a competição de adestramento.

Já no Campeonato Europeu, a alemã Jessica von Bredow Werndl, uma gigante da modalidade, levou a melhor na categoria adestramento. No London International Horse Show, a britânica Jodie Hall McAteer venceu na categoria salto, com seu cavalo Kimosa van het Kritrahof.

Participação brasileira 

Em Paris 2024, o Brasil terá representantes em todas as três categorias de hipismo disputadas nos Jogos Olímpicos.

Na equipe de saltos, a delegação contará com Yuri Mansur, Stephan de Freitas Barcha, Rodrigo Pessoa e Pedro Veniss. Luciana Diniz e Luiz Felipe de Azevedo Filho estarão como reservas ao longo da competição. A vaga nas Olimpíadas foi conquistada após o time brasileiro alcançar o quarto lugar no final da Copa do Mundo de Hipismo Saltos.

Na modalidade CCE, competirão Carlos Ramadan Parro, Marcio Carvalho Jorge, Rafael Mamprim Losano e Ruy Leme da Fonseca. Nessa categoria, Vinicius Albano estará enquanto reserva. A vaga brasileira foi garantida após a conquista da medalha de bronze nos jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023.

Na categoria de adestramento, o Brasil competirá no individual, com João Victor Marcari Oliva. Inicialmente, o país havia sido classificado em time após ganhar a medalha de prata nos jogos de Santiago, mas perdeu a vaga porque alguns de seus atletas não haviam alcançado o índice olímpico. Assim, o Brasil competirá apenas no individual.

Integrantes do time brasileiro da modalidade Salto do hipismo (Reprodução: Confederação Nacional de Hipismo)

Candidatos à medalha brasileiros

O Brasil vive uma boa fase no hipismo. A maior expectativa de medalha é na categoria dos saltos, modalidade de maior especialidade do país, em especial na competição em equipe.

Ainda nos saltos, Rodrigo Pessoa é um nome que chama bastante atenção. Em sua oitava participação nas Olimpíadas, há esperanças de medalha para o brasileiro, que conta com uma nova montaria: Major Tom. Rodrigo já conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, com o seu emblemático cavalo Baloubet du Rouet. Além dele, vale a pena ficar de olho em Pedro Veniss, competidor nos saltos.

Outros destaques da modalidade 

Como favoritos a medalhas nas três categorias, estão países com tradição no esporte, em especial Alemanha, que conta com nomes como Julia Krajewski e Jessica von Bredow-Werndl, e Grã-Bretanha, com Tom McEwen, Charlotte Dujardin e Benjamin Richard Maher.

Curiosidades

  • O hipismo é um dos poucos esportes olímpicos em que homens e mulheres competem na mesma categoria sem distinções.
  • O uniforme dos atletas da modalidade configura-se entre um combo de tradição e segurança.
  • No esporte, é comum que, para além dos atletas em si, os cavalos também se tornem figuras conhecidas entre os amantes da modalidade.
  • Rodrigo Pessoa, nome relevante do hipismo mundial, é o brasileiro com o maior número de aparições em Olimpíadas, contabilizando oito no total.
  • O hipismo é um esporte que permite uma maior diversidade de competidores no que se refere a gênero e faixa etária.

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Autor: coberturaparis2024

Turma de 31 estudantes de Comunicação da UFMG que integram a parceria entre a Revista Marta e a Rádio UFMG para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

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