Começa nesta segunda, dia 30, o tradicional torneio de Wimbledon. Os dias que antecederam o torneio foram movimentados, com muito drama e suspense para apimentar ainda mais a coisa. Aryna Sabalenka e Coco Gauff já fizeram as pazes depois da fala desastrosa da bielorrussa na cerimônia do título em Roland Garros. Rolou até videozinho juntas no TikTok das líderes do ranking feminino para selar a paz. Emma Raducanu e Carlos Alcaraz foram vistos treinando e circulando pelo complexo juntos e ninguém sabe se o flerte é real ou jogada de marketing. E Yulia Putintseva e Maria Sakkari trocaram “gentilezas” depois de jogo no torneio de Bad Homburg, na Alemanha, que terminou nesse sábado.
Falando sério agora, o terceiro grand slam da temporada promete uma chave equilibrada, mas um tanto quanto imprevisível no simples feminino. Com oito campeãs diferentes nos últimos oito anos e, ao que tudo indica, com a atual campeã dificilmente conseguindo manter o título, já que a tcheca Barbora Krejčíková não faz boa temporada, com lesões e derrotas incipientes nos torneios da gira de grama. Krejčíková chega vinda de abandono nas quartas de Eastbourne e não está claro em quais condições ela enfrentará a sensação filipina Alexandra Eala, sua adversária na primeira rodada.
Nas duplas, o cenário é o oposto: as defensoras do título, Taylor Townsend e Kateřina Siniaková, chegam como cabeças de chave n. 1 e prometem ir longe na chave. As vices Gabi Dabrowski e Erin Routliffe voltam a jogar juntas em um grand slam depois da ausência da canadense em Roland Garros por lesão.
Já as brasileiras prometem ir bem. Bia Haddad vem de bons resultados em Nottingham, onde foi campeã de duplas, e fez quartas no simples em Bad Homburg, onde perdeu para a número 4 do mundo Jasmine Paolini em jogo duro. Luisa Stefani fez semifinais de duplas em Bad Homburg e ela e sua parceira, a húngara Timea Babos, são no momento a oitava melhor dupla do ano.
Resultados da gira de grama até o momento
As campeãs de simples e duplas da gira de grama que antecede Wimbledon estão definidas:
WTA 250 – S-HERTOGENBOSCH (Holanda)
Campeã de simples: Elise Mertens
Campeãs de duplas: Irina Khromacheva e Fanny Stollar
WTA 500 – QUEENS (Inglaterra)
Campeã de simples: Tatjana Maria
Campeãs de duplas: Asia Muhammad e Demi Schuurs
WTA 250 – NOTTINGHAM (Inglaterra)
Campeã de simples: McCartney Kessler
Campeãs de duplas: Bia Haddad Maia e Laura Siegemund
WTA 500 – BERLIM (Alemanha)
Campeã de simples: Markéta Vondrousová
Campeãs de duplas: Tereza Mihalikova e Olivia Nicholls
WTA 250 – EASTBOURNE (Inglaterra)
Campeã de simples: Maya Joint
Campeãs de duplas: Anna Danilina e Marie Bouzková
WTA 500 – BAD HOMBURG (Alemanha)
Campeã de simples: Jessica Pegula
Campeãs de duplas: Alexandra Panova e Guo Hanyu
Levando em conta os resultados acima e a temporada 2025, me aventurei a fazer minhas apostas para a chave de simples e de duplas. Não é fácil fazer esse tipo de texto. Corro o risco de simplesmente errar tudo rsrs. Mas vale a diversão e os palpites vêm acompanhados de contextualização para preparar o terreno para 15 dias de muito tênis. Bora lá!
Palpites da chave de simples feminina
Algumas observações sobre a chave de simples
No simples, aposto que o terceiro grand slam do ano será mais uma vez faturado por uma estadunidense. Minha aposta é em Jessica Pegula que segue muito consistente e vem de título em Bad Homburg na última semana. Pegula terá desafios pelo caminho, começando pela segunda rodada em que ela pode enfrentar a campeã de Queens Tatjana Maria e seu jogo pouco usual (baseado nos slices), mas muito eficiente na grama.
Aposto que Pegula tem a paciência e eficiência necessária para bater Tatjana. Ao avançar, Pegula pode ter pelo caminho Elena Rybakina ou Coco Gauff (semis) e pode pegar outra estadunidense na final. Minha aposta é que Pegula pegue Madison Keys ou Markéta Vondrousová na final. Vondrousová, que foi campeã em Wimbledon em 2023, voltou a jogar bem em Berlim e passou por Keys, Shnaider, Jabeur e Sabalenka para se sagrar campeã.
Estou apostando também que Bia Haddad avança até às quartas, quando penso será difícil bater Diana Shnaider. A russa, que também é canhota como Bia, tem um estilo versátil que funciona bem na grama. Em Berlim, ela conseguiu arrancar um set de Vondrousová. Shnaider fez também final de duplas em Queens onde jogou ao lado de Anna Danilina e acabou derrotada para Asia Muhammad e Demi Schuurs.
No caminho, Bia deve enfrentar a estadunidense Amanda Anisimova que vem de ótima temporada. Será um jogo duro, mas acredito que Bia pode levar a melhor pelo confronto ser na grama. Anisimova passou aperto com Tatjana Maria em Queens quando não conseguiu lidar bem com os efeitos e a bola sem peso da adversária. Impaciente, cometeu diversos erros não forçados.
Depois, Bia pegaria Jasmine Paolini. As duas fizeram um jogo duro em Bad Homburg, vencido por 2×0 em duplo 7×5 pela italiana. Paolini vem de semis em Bad Homburg onde perdeu para Iga Swiatek, mas penso não está voando como em outros momentos e me parece batível se Bia jogar concentrada e no nível de competitividade que vem demonstrando nas últimas semanas.
Palpites da chave de duplas feminina
Algumas observações sobre a chave de duplas
Nas duplas, estou apostando numa final “antecipada” nas semis entre Taylor Townsend/Kateřina Siniaková e Hsieh Su-wei/Jelena Ostapenko. Jogo difícil de prever o resultado, mas estou apostando em Hsieh e Ostapenko porque Hsieh é tetracampeã de Wimbledon e sabe os caminhos na grama de Londres.
Sobre as brasileiras, Bia e Luisa chegam com boas perspectivas. Bia ganhou Nottingham nas duplas e Luisa fez semis em Bad Homburg. Minha aposta é que Luisa e Timea, sua parceira, façam quartas e Bia e Laura façam semis. Acho Bia/Laura uma ótima formação na grama. Bia tem potência e um golpe de fundo de quadra que é muito eficiente na grama. Laura tem mão na rede, um bom slice e experiência para complicar as adversárias com golpes pouco usuais, baixando a bola ou colocando uma boa dose de side spin.
Boa diversão nos próximos 15 dias para todas/os fãs de tênis!
Revista Marta 