São Paulo Open se aproxima e organização começa preparativos

Foto: Miami Open

por Malu Moura, estudante de Jornalismo da UFMG

O torneio São Paulo Open estreia entre 6 e 14 de setembro no Parque Villa-Lobos, marcando a volta de um torneio de nível WTA à capital paulista após 25 anos. Classificado como WTA 250 (posição abaixo dos torneios WTA 500, WTA 1000 e dos Grand Slams), o evento terá estrutura pensada para crescer ao longo do tempo, inspirado na experiência da IMM na organização do Rio Open.

Luiz Fernando Carvalho, diretor responsável também pelo Rio Open, pretende replicar em São Paulo a trajetória de longo prazo construída no Rio ao longo de 11 edições. A equipe organizadora é praticamente a mesma, com processos já testados, o que aumenta a capacidade de entregar uma primeira edição de qualidade apesar de ser um torneio novo na cidade.

O torneio paulistano será menor em capacidade total de público que o carioca (aproximadamente 35 mil lugares no total, ante cerca de 68 mil do Rio), mas contará com uma estrutura temporária mais ampla, o que se enquadra em um desafio logístico importante, já que o Parque Villa-Lobos oferece basicamente as quadras e todo o restante (instalações para atletas, serviços, contêineres etc.) terá de ser montado do zero. No entanto, por concentrar a operação em infraestrutura temporária, a organização acredita que a operação será, em linhas gerais, mais simples.

Um dos grandes desafios é garantir longevidade ao torneio: tentativas anteriores da WTA no Brasil na última década não vingaram (ex.: Florianópolis, 2013–2016, e a chave feminina do Rio Open entre 2014 e 2016). A IMM, porém, opera com horizonte de longo prazo e trata a primeira edição como um grande experimento a ser desenvolvido, aproveitando a vantagem da experiência acumulada no Rio.

Carvalho aponta dois diferenciais para a continuidade do evento: o mercado paulistano,com patrocinadores ativos, procura por ingressos (a maioria já esgotada para a quadra principal) e atenção da mídia com o surgimento de novas promessas do tênis feminino nacional. Entre as jovens, Nauhany Silva e Victoria Barros, ambas com 15 anos, receberam convites para a chave principal, uma oportunidade rara nessa idade que a organização avalia como potencialmente decisiva para o desenvolvimento de suas carreiras.

Paralelamente, o torneio mira também em jogadoras já estabelecidas: Beatriz Haddad Maia e as medalhistas olímpicas Laura Pigossi e Luisa Stefani. Bia Haddad e Pigossi têm lugar garantido na chave principal de simples, já Luisa Stefani atuará nas duplas, sua especialidade.

Entretanto, a organização teve uma adversidade no planejamento: a principal aposta inicial, a tunisiana Ons Jabeur (tricampeã de vice-campeonato em Grand Slams) desistiu do torneio e afastou-se temporariamente para cuidar da saúde mental. Além disso, regras de entrada da WTA limitam a presença de jogadoras do topo em torneios de nível inferior. O diretor do evento reconhece a frustração com a desistência, mas vê um lado positivo: a ausência de uma grande favorita abre caminho para que as brasileiras avancem na chave e ganhem visibilidade e confiança. Além disso, nomes populares como a americana Hailey Baptiste e a filipina Alexandra Eala já estão confirmados.

O objetivo é que o SP Open atue como catalisador do tênis feminino no Brasil: inspirar mais meninas a praticar, aumentar a base de jogadoras profissionais e, com o tempo, ampliar a presença feminina nos rankings mundiais. Os ingressos para a quadra principal estão esgotados para todos os dias da fase principal, mas ainda há disponibilidade de Ground Passes, que dão acesso à área do evento e às quadras secundárias.

Expediente

Redação: Malu Moura

Edição: Olívia Pilar

Coordenação: Ana Carolina Vimieiro

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