Campeonato Mineiro Feminino de Futebol – Um investimento bonito de anunciar, um custo que ninguém quer ter

Por Alberto Favato e Luan Cavalcanti

Font: Reprodução Flickr do Cruzeiro. Autor: Gustavo Martins

Desde o anúncio da Edição 2023, a Federação Mineira de Futebol (FMF) tem dado ênfase a uma novidade. Devido ao aumento da popularidade da categoria e com o objetivo de permitir um maior investimento por parte dos clubes em jogadoras e outros elementos que resultem em uma aceleração do desenvolvimento, ficou decidido que a própria federação irá arcar com os custos das comissões de arbitragem.

Segundo a assessoria da FMF, a medida deve aumentar as possibilidades de fomento ao futebol feminino. Ainda segundo a assessoria, a mudança foi muito bem recebida pelos clubes, já que este costumava ser um gasto significativo para a equipe que organizava a partida.

Afinal, quanto custa esse quadro móvel e arbitragem?

No futebol masculino, basta acessar o site da federação para ter acesso aos borderôs, que contêm todos os detalhes financeiros que envolvem a partida em questão.

Fonte: Reprodução Site da Federação Mineira de Futebol

Já no caso do futebol feminino, não é assim., Não há esse detalhamento no site da federação, embora o restante das informações e estrutura do site sejam idênticos para ambas as categorias.

Fonte: Reprodução Site da Federação Mineira de Futebol

A FMF informou que os borderôs não são emitidos devido à ausência da venda de ingressos.

 Segundo a federação, é um valor variável de acordo com a distância das cidades. Cada clube paga um valor  diferente, mas a média estimada é de R$15 mil de economia por jogo.

O que dizem os clubes?

A reportagem entrou em contato com os seis clubes participantes do Mineiro Feminino e questionou quanto era gasto por jogo com arbitragem.

Apenas o América respondeu os questionamentos e informou que os custos médios são de R$ mil para a operação obrigatória da partida e R$ 2 mil para arbitragem e representantes da FMF.

Mas afinal, o que essa economia tem gerado?

Apesar de os valores serem incertos, o argumento utilizado pelos clubes é que essa economia seria revertida nas equipes femininas. Contudo, nenhuma das instituições fez questão de anunciar quais investimentos seriam esses.

O campeonato segue sem ser transmitido por uma rede que dê mais visibilidade às jogadoras, não houve nenhum grande anúncio de contratações de peso ou reformas/mudanças nas instalações de treino dos times femininos, além de não existir sequer uma política de comunicação interna eficiente nessa modalidade.

Um investimento foi feito para permitir a melhoria da categoria e este fato foi muito comemorado nas divulgações feitas pelas entidades. Porém, a falta de interesse é notória e até o momento que esta notícia foi publicada, nenhuma mudança foi anunciada. 

Autor: Laboratório de Comunicação e Esporte

O Laboratório de Comunicação e Esporte é uma disciplina de graduação ofertada anualmente no Departamento de Comunicação Social (DCS) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pela professora Ana Carolina Vimieiro.

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