Por Alberto Favato e Luan Cavalcanti
Desde o anúncio da Edição 2023, a Federação Mineira de Futebol (FMF) tem dado ênfase a uma novidade. Devido ao aumento da popularidade da categoria e com o objetivo de permitir um maior investimento por parte dos clubes em jogadoras e outros elementos que resultem em uma aceleração do desenvolvimento, ficou decidido que a própria federação irá arcar com os custos das comissões de arbitragem.
Segundo a assessoria da FMF, a medida deve aumentar as possibilidades de fomento ao futebol feminino. Ainda segundo a assessoria, a mudança foi muito bem recebida pelos clubes, já que este costumava ser um gasto significativo para a equipe que organizava a partida.
Afinal, quanto custa esse quadro móvel e arbitragem?
No futebol masculino, basta acessar o site da federação para ter acesso aos borderôs, que contêm todos os detalhes financeiros que envolvem a partida em questão.
Já no caso do futebol feminino, não é assim., Não há esse detalhamento no site da federação, embora o restante das informações e estrutura do site sejam idênticos para ambas as categorias.
A FMF informou que os borderôs não são emitidos devido à ausência da venda de ingressos.
Segundo a federação, é um valor variável de acordo com a distância das cidades. Cada clube paga um valor diferente, mas a média estimada é de R$15 mil de economia por jogo.
O que dizem os clubes?
A reportagem entrou em contato com os seis clubes participantes do Mineiro Feminino e questionou quanto era gasto por jogo com arbitragem.
Apenas o América respondeu os questionamentos e informou que os custos médios são de R$ mil para a operação obrigatória da partida e R$ 2 mil para arbitragem e representantes da FMF.
Mas afinal, o que essa economia tem gerado?
Apesar de os valores serem incertos, o argumento utilizado pelos clubes é que essa economia seria revertida nas equipes femininas. Contudo, nenhuma das instituições fez questão de anunciar quais investimentos seriam esses.
O campeonato segue sem ser transmitido por uma rede que dê mais visibilidade às jogadoras, não houve nenhum grande anúncio de contratações de peso ou reformas/mudanças nas instalações de treino dos times femininos, além de não existir sequer uma política de comunicação interna eficiente nessa modalidade.
Um investimento foi feito para permitir a melhoria da categoria e este fato foi muito comemorado nas divulgações feitas pelas entidades. Porém, a falta de interesse é notória e até o momento que esta notícia foi publicada, nenhuma mudança foi anunciada.